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Processo nº 578/96 
 1ª Secção Rel. Cons. Tavares da Costa 
 
 
        Acordam na 1ª Secção do Tribunal Constitucional 
 
     Nos presentes autos, em que é recorrente o Ministério Público e recorrido o Hospital A., concordando-se com a exposição do relator oportunamente elaborada e pelos fundamentos dos acórdãos deste Tribunal nºs. 
 760/95 e 761/95, publicados no Diário da República, II Série, de 2 do corrente, decide-se: 
 
     a) não julgar inconstitucionais as normas dos artigos 2º, nº 2, alínea a) e 4º do Decreto-Lei nº 194/92, de 8 de Setembro; 
 
     b) conceder provimento ao recurso, devendo a decisão recorrida ser reformulada de acordo com o decidido quanto à questão de constitucionalidade. 
 
        Lisboa, 10 de Outubro de 1196 
        Alberto Tavares da Costa 
        Antero Alves Monteiro Diniz 
        Vítor Nunes de Almeida 
        Armindo Ribeiro Mendes 
        José Manuel Cardoso da Costa 
 Processo nº 578/96 
 1ª Secção Rel. Cons. Tavares da Costa 
 
 
        Exposição preliminar a que se refere o nº 1 do artigo 78º-A da Lei nº 28/82, de 15 de Novembro. 
 
 
 
     1.-  O Hospital A. instaurou, no Tribunal Judicial dessa cidade, acção executiva contra companhia de seguros B., para pagamento de quantia devida pela assistência hospitalar a sinistrada de acidente de viação. 
 
        Para o efeito - e segundo decorre dos autos - fundamentou-se como título executivo, em certidão de dívida hospitalar, emitida ao abrigo do disposto no artigo 2º do Decreto-Lei nº 194/92, de 8 de Setembro. 
 
        Por despacho de 22 de Abril de 1996 foi indeferida liminarmente a execução, por se entender inexistir título executivo, uma vez que se não aplicaram, por serem materialmente inconstitucionais, as normas dos artigos 2º, nº 2, alínea a), e 4º do Decreto-Lei nº 194/92, citado. 
 
 
     2.-  Do mencionado despacho recorreu para o Tribunal Constitucional o Ministério Público, ao abrigo do disposto na alínea a) do nº 1 do artigo 70º da Lei nº 28/82, de 15 de Novembro, dada a recusa de aplicação daquelas normas por alegada violação do disposto no artigo 205º, nº 1, da Constituição da República (CR). 
 
 
     3.-  A questão de constitucionalidade que se coloca, foi já objecto de decisões anteriores do Tribunal Constitucional, com as quais se concorda pelo que, nos termos do artigo 78º-A, nº 1, da Lei nº 28/82, se remete para essa jurisprudência com expressão, nomeadamente, nos acórdãos nºs. 760/95 e 
 761/95, publicados no Diário da República, II Série, de 2 de Fevereiro de 1996, e no acórdão nº 118/96, publicado no mesmo Diário, II Série, de 7 de Maio de 
 1996. 
 
        Assim, formulando-se o parecer de não inconstitucionalidade, deve, consequentemente, conceder-se provimento ao recurso e determinar, oportunamente, a reformulação do decidido em consonância com este entendimento. 
 
        Ouçam-se as partes, por 5 dias, nos termos do nº 1 do citado artigo 78º-A.